Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insistiu nesta quinta-feira que a maioria dos norte-americanos concorda com Israel a respeito dos perigos representados pelo Irã, mesmo tendo perdido uma batalha para persuadir o Congresso dos Estados Unidos a rejeitar o acordo nuclear de Teerã com seis potências mundiais, incluindo Washington.
Em comentários feitos durante uma recepção do Ano-Novo judeu no Ministério das Relações Exteriores, Netanyahu não fez nenhuma menção direta à vitória do presidente dos EUA, Barack Obama, na quarta-feira, quando obteve votos suficientes no Senado para blindar no Congresso o pacto firmado em 14 de julho.
Mas Netanyahu, que revoltou a Casa Branca democrata ao discursar no Congresso a convite de líderes republicanos como parte de sua campanha contra o acordo, pareceu dar a entender que seus esforços não foram em vão.
Ao falar sobre a necessidade de preservar os laços tradicionalmente estreitos de Israel com os EUA, apesar do que chamou de "diferenças de opinião", Netanyahu declarou ao corpo diplomático: "Preciso dizer, entretanto, que a absoluta maioria do público norte-americano concorda conosco sobre o perigo que emana do Irã."
Ele não apresentou provas para embasar seu comentário. Uma pesquisa Reuters-Ipsos feita nos EUA revelou que, até 1º de setembro, 30 por cento estavam a favor do entendimento, enquanto que 30,7 por cento eram contrários e 39,4 disseram não saber.
Mas tanto o apoio quanto a oposição são altamente partidários. Cerca de 60 por cento dos republicanos se opõem ao pacto. Esse número cai para 19 por cento entre os não republicanos, incluindo democratas e independentes. A pesquisa tem uma margem de erro de 2,6 pontos percentuais.