TERESÓPOLIS (Reuters) - Apontado como único craque da atual geração do futebol brasileiro, o atacante Neymar foi anistiado pelo coordenador técnico da seleção pelo drible irreverente que gerou uma enorme polêmica na final da Copa do Rei da Espanha, entre Barcelona e o Athletic de Bilbao, no sábado.
O drible dado pelo brasileiro, conhecido como carretilha, no fim do jogo vencido pelo Barça gerou uma enorme confusão entre os jogadores. Neymar chegou até ser repreendido por alguns colegas, mas as críticas não tiveram eco na comissão técnica da seleção brasileira.
"O futebol brasileiro se caracteriza pela qualidade, plasticidade e jogadas geniais... sabemos da qualidade dele (Neymar), o que pode fazer e tem talento natural", disse nesta segunda-feira a jornalistas o coordenador técnico Gilmar Rinaldi. "Toda vez que fizer em benefício do time não tem problema. Ele Messi, Pelé, Maradona, que são geniais."
Para defender Neymar, Rinaldi lembrou seus tempos de goleiro ao dizer que tomou muitos gols que ficou com raiva do adversário e também da carretilha dada pelo atacante brasileiro Leandro Damião em um jogador da Argentina.
Neymar vai disputar a final da Liga dos Campeões da Europa no sábado, contra a Juventus, e só deve se apresentar à seleção em 8 de junho, um dia após o amistoso com o México, em São Paulo. "Ele podia até vir antes, mas achamos por bem deixar ele quem sabe curtir o título com o pessoal do Barcelona", disse Rinaldi à Reuters.
O jogador deve estar à disposição da comissão técnica para o segundo amistoso do Brasil antes da Copa América, contra a seleção de Honduras, em Porto Alegre, no dia 10.
Enquanto a maioria dos atletas se apresentou em Teresópolis nesta segunda, outros dois jogadores do Brasil envolvidos em finais de competições de seus clubes, Douglas Costa e Éverton Ribeiro, só se apresentam até o fim da semana.
Nos primeiros dias na Granja Comary, os jogadores farão exames médicos e laboratoriais, e os treinos com bola começam na tarde de terça-feira.
Por enquanto, a presença do Brasil é marcada por discrição e pouca movimentação na cidade, diferentemente do que ocorreu na preparação para a Copa do Mundo de 2014. Do lado de fora da Granja, apenas duas torcedoras esperavam em vão na chuva e debaixo de um forte nevoeiro um contato com atletas.
"O país vive um momento difícil também e isso influencia no ânimo do povo que talvez não esteja tão contente", disse o coordenador do Brasil. "Vamos conquistar esses que estão discretos também. O povo está do nosso lado e temos certeza disso. Os amistosos são para ter contato e queremos jogar no Brasil", finalizou Rinaldi.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)