OSLO (Reuters) - A Noruega violou os direitos humanos do assassino em massa Anders Behring Breivik ao mantê-lo num “mundo completamente trancado” depois que ele foi condenado por matar 77 pessoas em ataque duplo em 2011, decidiu um tribunal nesta quarta-feira.
A sentença, que surpreendeu muitos, apontou que o assassino foi submetido a revistas íntimas, era despertado a cada hora por guardas durantes longos períodos e também que as autoridades haviam feito pouco para aliviar o impacto do seu isolamento.
Um sobrevivente do ataque a tiros de Breivik disse que a decisão “parecia um pouco como ser socado no estômago”, e um editorial de jornal denunciou a sentença como “errada”. Um professor de direito afirmou que provavelmente haverá apelação.
Breivik matou oito pessoas numa ação a bomba em Oslo em julho de 2011, antes de atacar uma reunião de juventude do Partido Trabalhista numa ilha a noroeste da capital, matando 69 pessoas.
Ele processou as autoridades norueguesas em março, as acusando de expô-lo a tratamento ou punição desumanos e degradantes.
Breivik reclamou do seu isolamento de outros prisioneiros e de pessoas de fora da prisão que não fossem profissionais.
"A proibição de tratamento inumano e degradante representa um valor fundamental numa sociedade democrática. Isso se aplica e qualquer situação – também no tratamento de terroristas e assassinos”, afirmou a juíza Helen Andenaes Sekulic na sua sentença.
(Por Gwladys Fouche e Alister Doyle)