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Nova York afirma que "não houve feridos" em prisões em Columbia; registros médicos de alunos dizem o contrário

Publicado 17.05.2024, 08:40
© Reuters. Protesto na Universidade de Columbia em apoio aos palestinos
 29/4/2024   REUTERS/Caitlin Ochs

Por Jonathan Allen

NOVA YORK (Reuters) - Após as prisões de manifestantes estudantis pró-Palestina que ocupavam um prédio da Universidade de Columbia no mês passado, o prefeito de Nova York, Eric Adams, e autoridades policiais de alto escalão disseram repetidamente que "não houve feridos", que não houve "confrontos violentos" e que o uso da força foi mínimo.

Mas pelo menos nove dos 46 manifestantes presos dentro do Hamilton Hall, em 30 de abril, sofreram ferimentos além de pequenos arranhões e contusões, de acordo com registros médicos, fotografias compartilhadas pelos manifestantes e entrevistas. Os ferimentos documentados incluem uma fratura de órbita ocular, concussões, entorse de tornozelo, cortes e ferimentos nos pulsos e nas mãos.

Todos os 46 manifestantes presos dentro do Hamilton foram acusados de invasão de terceiro grau, uma contravenção. As prisões ocorreram depois que a presidente da Columbia, Minouche Shafik, em uma decisão muito debatida, chamou a polícia horas depois da ocupação no epicentro de um movimento de protesto estudantil que se espalhou por universidades em todo o mundo. Outras autoridades universitárias dos EUA também chamaram a polícia para reprimir os acampamentos de protesto pró-Palestina e anti-Israel.

A Reuters compartilhou detalhes dos ferimentos e relatos dos manifestantes com o gabinete do prefeito, a polícia de Nova York e a Columbia. Nenhum deles contestou os ferimentos. O gabinete do prefeito e a polícia disseram que os policiais agiram profissionalmente.

Pelo menos três manifestantes feridos presos dentro do Hamilton foram levados pela polícia para hospitais naquela noite, enquanto ainda estavam sob custódia, segundo registros hospitalares com data e hora.

Outros manifestantes, que estão exigindo que a Columbia desfaça negócios com fabricantes de armas e outras empresas que apoiam o governo de Israel, tiveram seus ferimentos documentados por médicos voluntários que prestam apoio a pessoas presas pela polícia e os encontraram do lado de fora momentos depois de serem libertados da custódia em 2 de maio. Alguns procuraram atendimento médico em clínicas.

"Fui jogado no chão e, quando virei a cabeça para ver se havia algum companheiro precisando de ajuda, um policial me deu um chute no olho", disse Christopher Holmes, 25 anos, estudante de pós-graduação do Union Theological Seminary, faculdade afiliada à Columbia. Momentos depois, um policial bateu com o lado esquerdo de sua testa no chão do Hamilton Hall, declarou Holmes.

Com o olho ainda inchado dias depois de sua libertação, um amigo o levou a um hospital de Manhattan. Os registros do hospital mostram que os médicos determinaram que sua órbita ocular estava fraturada e que ele estava com concussão.

Kayla Mamelak, porta-voz do prefeito, não quis dizer quando o prefeito soube que os manifestantes haviam sido feridos. Em uma coletiva de imprensa em 1º de maio com líderes da polícia, Adams disse que as prisões foram "organizadas, calmas e que não houve feridos".

© Reuters. Protesto na Universidade de Columbia em apoio aos palestinos
 29/4/2024   REUTERS/Caitlin Ochs

Mamelak escreveu em um email que as prisões, que envolveram centenas de policiais armados e com equipamento anti-motim, foram "uma operação complicada" conduzida "com profissionalismo e respeito".

Um porta-voz da polícia, que não quis dar seu nome, também não contestou os ferimentos dos manifestantes, escrevendo em um email que os policiais responderam "de forma rápida, profissional e eficaz".

O porta-voz da Columbia Ben Chang disse que responderia às perguntas da Reuters até 10 de maio, mas não enviou respostas até essa data e não respondeu aos emails e telefonemas subsequentes.

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