JERUSALÉM (Reuters) - Enfiados na traseira de uma picape, manchados de sangue, reféns israelenses são filmados por orgulhosos captores palestinos.
É assim que Hersh Goldberg-Polin, de 23 anos, Eliya Cohen, de 26 NOA, e Or Levy, de 33, todos sequestrados em 7 de outubro, foram levados à Faixa de Gaza, mostrou vídeo divulgado nesta segunda-feira.
Desesperadas para que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu feche um acordo pela libertação dos reféns com o grupo islâmico Hamas, as famílias dos jovens aprovaram a publicação do vídeo pela imprensa.
Os três estavam no festival de música Nova, no sul de Israel, que se tornou um campo de morte durante o ataque liderado pelo Hamas. Levy estava com a esposa, assassinada naquela manhã. A namorada de Cohen, enterrada sob uma pilha de corpos, sobreviveu.
No vídeo, Goldberg-Polin senta na parte de trás de uma picape, coberto de sangue, após perder parte do seu braço esquerdo.
As imagens revezam entre cenas de reféns feridos e captores comemorando, enquanto a picape acelera em uma estrada estreita sob um céu claro e azul.
O ataque de 7 de outubro desencadeou a guerra em Gaza, que já dura quase nove meses. As tentativas de chegar a um cessar-fogo e garantir a libertação de cerca de 120 reféns ainda em cativeiro têm falhado.
Em abril, o Hamas divulgou um vídeo de Goldberg-Polin falando do cativeiro.
Seu pai, Jon Polin, afirmou que eles viram o vídeo mais recente pela primeira vez uma semana atrás e sua publicação tem o objetivo de lembrar o mundo das pessoas em cativeiro cujas vidas estão em risco.
"A vontade, após 262 dias, e quando você vê o seu filho ferido em um caminhão sendo empurrado, com o cabelo puxado, e outros sofrendo, é de agarrar os líderes mundiais pelo colarinho e dizer: tirem essas pessoas de lá", disse Polin, à Reuters.
"Vamos continuar a canalizar nossa força produtivamente e positivamente, mas tirem essas pessoas de lá."
Em resposta ao vídeo, Netanyahu afirmou que ele "parte todos os nossos corações e re-enfatiza a brutalidade do inimigo que nós juramos eliminar".
"Não encerraremos a guerra até que os nossos 120 entes queridos voltem para casa", disse Netanyahu, em um comunicado.
(Reportagem de Ari Rabinovitch e Dedi Hayoun)