GENEBRA (Reuters) - Ao menos 631 imigrantes africanos morreram tentando chegar à Espanha neste ano, quase o triplo de todas as fatalidades de 2017, e a situação se tornou "alarmante", disse a agência de migração da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira.
Mais de 120 imigrantes do norte da África e da África subsaariana chegaram à Espanha todos os dias em novembro, na esteira de um mês de outubro recorde que registrou 350 por dia, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
"Esta normalmente é uma época de desaceleração nestas rotas, isso não está acontecendo na Espanha", disse o porta-voz da OIM, Joel Millman, em um boletim à imprensa.
Os imigrantes estão usando barcos menores e menos adequados para o mar, disse.
Cerca de duas dezenas de imigrantes se afogaram no litoral de Cádiz em novembro, segundo ele. Único sobrevivente de outro naufrágio, um adolescente da Guiné que está hospitalizado devido a uma hipotermia grave disse aos agentes de resgate que estava viajando com nove outros, inclusive seu irmão, em um bote inflável que partiu de Tânger, no Marrocos.
A chegada de centenas de milhares de imigrantes à Europa suscitou o crescimento de partidos de extrema-direita em todo o continente em anos recentes, mas os números diminuíram nos últimos três anos. Muitos milhares de pessoas, a maioria da África e do Oriente Médio, se afogaram no mar.
Até agora neste ano 104.506 imigrantes chegaram pelo mar à Europa e 2.075 morreram, de acordo com as cifras mais recentes da OIM. As duas cifras representam cerca de dois terços do total do ano passado e um quarto do número de 2016.
(Por Stephanie Nebehay)