OSLO (Reuters) - O saldo global de vítimas de minas terrestres dobrou em 2018 em relação a uma baixa de 2013 devido aos conflitos no Afeganistão, Síria e Mali, e sobretudo devido ao uso maior de minas terrestres improvisadas instaladas por grupos militantes, como o Estado Islâmico.
Representantes de nações afetadas, organizações não governamentais e países doadores estão reunidos em Oslo nesta semana para debater como alcançar o objetivo declarado de livrar o mundo das minas terrestres em 2025.
Minas terrestres mataram ou feriram cerca de 6.897 pessoas em 2018, de acordo com o relatório Monitor de Minas terrestres da Campanha Internacional para Proibir Minas terrestres. Cerca de 71% das vítimas foram civis, e deste mais da metade eram crianças, disse.
Em 2018, a maioria das baixas se deveu a artefatos explosivos improvisados instalados por grupos não estatais, acrescentou o relatório.
O menor número registrado globalmente foi de 3.457 baixas em 2013.
A ministra das Relações Exteriores norueguesa, Ine Eriksen Soereide, disse que, para se reduzir o saldo de baixas, é necessário interagir com elementos não estatais, reconhecendo que é "muito difícil" fazê-lo.
O Iraque é o país mais contaminado por minas terrestres, em parte por causa das minas instaladas pelo Estado Islâmico para defender o território que chegou a controlar no Iraque e na Síria.
"Isso foi feito em escala industrial. O Estado Islâmico tinha linhas de produção, colocavam números de série nos artefatos", disse Portia Stratton, diretora de Iraque da MAG, uma organização não governamental britânica que trabalha no norte iraquiano.