CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O número de cubanos que viajam para o México como meio para chegar aos Estados Unidos quase que quintuplicou no último ano, diante do temor de que Havana e Washington acabem com benefícios migratórios com a retomada das relações bilaterais.
O comissário do Instituto Nacional de Migração, Ardelio Vargas, disse em entrevista à Reuters que nos primeiros dez meses do ano 9.149 cubanos entraram pela fronteira entre México e Guatemala, contra os 1.871 de todo o ano passado.
"O anúncio do início das relações diplomáticas entre EUA e Cuba tem motivado esse movimento extraordinário de cidadãos cubanos para chegar ao continente e para chegar ao norte", afirmou Vargas na quarta-feira.
Em uma amostra desse aumento, ele disse que só em 2 de novembro entraram quase 300 cubanos em Chiapas, Estado que faz fronteira com a Guatemala.
A entrada de cubanos nos EUA cresceu em 78 por cento para pouco mais de 27.000 pessoas entre outubro de 2014 e junho de 2015 em relação ao mesmo período dos anos anteriores, de acordo com dados do Pew Research Center, que cita informações da agência de alfândega e proteção fronteiriça norte-americana.
A legislação norte-americana estabelece que cidadãos cubanos podem ficar nos EUA se pisam em terra, mas não se são detidos na costa numa política conhecida "pés secos, pés molhados".
(Reportagem de Anahí Rama)