WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem uma dura mensagem sobre prioridades políticas para as gerações mais jovens: preocupem-se mais com as mudanças climáticas e menos com a legalização da maconha.
Obama, que revelou anteriormente já ter fumado maconha na escola secundária, fez a afirmação em resposta a um entrevistador do site Vice News, que sugeriu que os jovens consideram a legalização da maconha como o principal item ao avaliar o legado do presidente.
"Antes de tudo, isso não deveria ser a maior prioridade dos jovens", disse Obama na entrevista publicada na Internet.
"Jovens: entendo que isso seja importante para vocês, mas ao pensar sobre as mudanças climáticas, a economia e os empregos, a guerra e paz, talvez lá no fim da lista vocês devam pensar sobre a maconha", disse Obama.
Ele afirmou há bastante tempo que apoia a descriminalização da maconha, mas não a legalização da droga. Ele pediu por uma reforma do sistema de justiça criminal por causa do encarceramento desproporcional de negros norte-americanos por ofensas não violentas relacionadas a drogas, como a posse de maconha.
O Departamento de Justiça tem adotado uma postura relaxada em relação à aplicação de uma proibição federal contra o uso de maconha em Estados como Colorado, Washington e Alasca, onde o uso recreacional da droga é permitido.
"Nós talvez possamos na verdade fazer mais progresso no lado da descriminalização", disse Obama. "Em certo momento, se Estados suficientes acabarem descriminalizando, o Congresso pode então reprogramar a maconha", disse ele.
Por reprogramar, Obama se refere à reclassificação da droga como uma substância menos perigosa. Mas o presidente dos EUA disse acreditar na existência de preocupações "legítimas" sobre o abuso de maconha.
"Existe, eu acho, uma legítima preocupação sobre o efeito em geral que isso tem sobre a sociedade, particularmente sobre partes vulneráveis de nossa sociedade", disse ele.
(Reportagem de Roberta Rampton e Julia Edwards)