Por Tom Miles
GENEBRA (Reuters) - A Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou um novo caso de Ebola em Uganda nesta quarta-feira, aumentando as preocupações sobre a possibilidade de o vírus se proliferar além da República Democrática do Congo, enquanto um painel de especialistas avalia se deve acionar um alerta internacional.
A OMS informou que uma pescadora congolesa cruzou a fronteira para vender peixes no mercado de Bwera em 11 de julho, onde ela apresentou quatro episódios de mal-estar, incluindo vômitos, antes de retornar ao Congo e morrer de Ebola.
Altamente contagioso, o Ebola é transmitido pelo contato entre fluidos corporais. A atual epidemia, amplamente concentrada no Congo, com exceção de três mortes em Uganda no mês passado, matou 1.676 pessoas --mais de dois terços de quem contraiu a doença-- ao longo do último ano.
O combate ao Ebola depende de rastrear pessoas que possam ter sido expostas ao vírus e vaciná-las, imunizando, também, qualquer pessoa com quem tenham tido contato.
A OMS listou 19 pescadores como possíveis envolvidos com o incidente em Uganda, acrescentando que 44 comerciante se voluntariaram para serem vacinados, enquanto 590 pescadores podem ser alvo de vacinação.
Líderes locais se mostraram colaborativos, mas nenhum outro comerciante estava dispostos a fornecer maiores informações devido ao medo de prejudicar suas vendas.
Especialistas da área de saúde ainda não estabeleceram a duração e o meio de transporte da vítima, bem como quem transportou suas mercadorias ou limpou seu vômito.
A notícia do incidente veio quando o comitê de emergência de especialistas internacionais da OMS se reunia pela quarta vez para decidir se o surto de 11 meses constitui uma "emergência de saúde pública de preocupação internacional".
Tal designação incluiria recomendações para ação internacional e poderia ajudar a desbloquear fundos, que a OMS caracterizou como extremamente necessários.