GENEBRA (Reuters) - Uma autoridade sênior da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça-feira que o assassinato por parte de Israel de um palestino deficiente que protestava contra o reconhecimento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de Jerusalém como capital de Israel é “incompreensível”, mas Israel informou que ele não era alvo.
Um comunicado emitido por Zeid Ra’ad al-Hussein, alto comissário da ONU para Direitos Humanos, informou que o cadeirante Ibrahim Abu Thurayeh foi baleado na cabeça por forças da segurança de Israel próximo à cerca fronteiriça com Israel na sexta-feira.
Mas os militares israelenses informaram que sua própria investigação concluiu não ser possível dizer o que matou Abu Thurayeh e que nenhum disparo foi direcionado contra ele durante a dispersão de uma manifestação violenta.
"Nenhum disparo foi direcionado contra Abu Thurayeh. É impossível determinar se Abu Thurayeh foi ferido como um resultado de meios de dispersão de desordem ou o que causou sua morte”, informou parte do comunicado militar.
O comunicado acrescentou que manifestantes arremessaram aparatos explosivos e pedras e rolaram pneus em chamas “com o objetivo de ferir soldados e destruir infraestrutura da segurança” e que foram usados principalmente meios não letais de dispersão de tumultos, embora alguns disparos feitos sob supervisão tivessem como alvo “principais instigadores”.
Zeid disse que não há nada que sugira que Abu Thurayeh apresentava uma ameaça iminente quando foi morto e que “os fatos recolhidos até o momento por minha equipe em Gaza sugerem fortemente que a força usada contra ele foi excessiva”.
Autoridades médicas de Gaza disseram na sexta-feira que tropas israelenses mataram quatro pessoas a tiros, incluindo Abu Thurayeh, e que 150 outras pessoas ficaram feridas por tiros durante as manifestações.
(Por Tom Miles; reportagem adicional de Ori Lewis, em Jerusalém)