Por Farah Salhi
BRUXELAS (Reuters) - Até 7 milhões de pessoas têm necessidade crítica de alimento na Síria, e a situação se agrava a cada dia devido à continuação da guerra, alertou uma autoridade de alto escalão do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) nesta terça-feira.
O conflito sírio, que entrou em seu sétimo ano, já matou cerca de 320 mil pessoas, deslocou milhões e sujeitou civis a condições de vida drásticas.
"O número de pessoas que precisam de assistência alimentar na Síria ultrapassou seis-sete milhões, pessoas que têm necessidade crítica de alimento", disse Muhannad Hadi, diretor regional do PMA, à Reuters.
"À medida que os dias passam, que os meses e as semanas passam, o número de pessoas necessitadas aumenta. E a situação local não está melhorando nada... em crises como a da Síria, aqueles que mais sofrem certamente são as crianças".
Hadi, que está em Bruxelas para uma conferência internacional sobre a Síria organizada pela União Europeia, disse que o PMA entrega pacotes de comida a quatro milhões de pessoas na Síria e alimenta quase dois milhões de pessoas em países vizinhos todos os meses.
A UE contribui com fundos para o programa da PMA para a Síria, que, segundo Hadi, é limitado principalmente pela dificuldade em chegar a muitas partes do país.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a produção de alimentos atingiu seu menor índice histórico na Síria. Muitos agricultores tiveram que abandonar suas terras, incapazes de arcar com os custos enormes de sementes, fertilizantes e combustível de trator.
A produção de trigo, vital para a fabricação dos pães achatados que são parte da dieta síria, diminuiu acentuadamente.