Por Tom Miles e Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Uma força-tarefa humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) não tem conseguido levar ajuda a sírios desesperados nos últimos dois meses, já que o governo do presidente da Síria, Bashar al-Assad, não liberou os comboios de suprimentos, disse o conselheiro humanitário da ONU nesta quinta-feira.
Antes de poderem entrar em áreas sitiadas ou cruzar frentes de batalha, os comboios precisam de cartas do governo e garantias de segurança de grupos armados.
"É o pior momento no que diz respeito a nos darem as cartas de facilitação", disse o conselheiro Jan Egeland aos repórteres depois de se reunir com diplomatas de alto escalão em Genebra.
Os insurgentes que combatem as forças de Assad também estão criando obstáculos, o que contribui para a pior situação desde 2015, afirmou.
Egeland pediu que Rússia, Turquia e Irã diminuam os combates em Idlib, que ele disse estar "implorando por um cessar-fogo".
"Quando mais precisamos de sua capacidade de influenciar as partes, nesta hora triste para o trabalho humanitário, a diplomacia humanitária parece ser totalmente impotente. Não estamos chegando a lugar nenhum no momento".
Nesta semana a Rússia convocou um congresso de paz para a Síria em Sochi. Egeland disse que, até agora, ele não resultou em nenhum progresso, mas que espera que o consiga.
Ataques aéreos atingiram dois mercados movimentados de Idlib nesta semana, matando ao menos 31 pessoas, e privaram centenas de milhares de assistência médica.