Por Stephen Kalin e Suleiman Al-Khalidi
RIAD/AMÃ (Reuters) - Os principais representantes da oposição da Síria se aferraram nesta quinta-feira à sua exigência de que o presidente Bashar al-Assad não desempenhe nenhum papel em um período de transição de qualquer acordo de paz mediado pela Organização das Nações Unidas (ONU), apesar da especulação de que poderiam abrandar essa postura por causa da força de Assad no campo de batalha.
A reunião de mais de 140 participantes de um espectro amplo da oposição majoritária da Síria também criticou duramente a presença militar do Irã em seu país e pediu que as milícias xiitas apoiadas por Teerã deixem o território sírio.
"Os participantes enfatizaram que isto (transição) não pode acontecer sem a saída de Bashar al Assad e seu séquito no início do período interino", disseram grupos opositores em um comunicado ao final do encontro na Arábia Saudita.
Milícias apoiadas pelo Irã semearam "terrorismo e divisões sectárias" entre muçulmanos sunitas e xiitas, afirmou o comunicado.
Os grupos opositores se reuniram para buscar uma posição unificada antes de conversas de paz patrocinadas pela ONU depois de dois anos de uma intervenção militar russa que ajudou o governo Assad a recapturar todas as principais cidades da Síria.
"A oposição síria enviou a mensagem de que está pronta para iniciar conversas diretas sérias a respeito de uma transição política na Síria, e tem uma posição unificada e uma visão para o futuro da Síria", disse Ahmad Ramadan, porta-voz opositor, à Reuters.
Na sexta-feira o mediador das conversas de paz da ONU, Staffan de Mistura, que prepara a nova rodada de conversas em Genebra, visitará Moscou, onde deve debater a situação na Síria.