Por Leon Wietfeld
CARACAS (Reuters) - A oposição da Venezuela recebeu um prêmio da União Europeia por direitos humanos nesta quarta-feira e pediu para o mundo prestar atenção na próxima eleição presidencial, na qual espera acabar com duas décadas de regime socialista no país membro da Opep.
Rivais do presidente Nicolás Maduro não conseguiram derrubá-lo durante meses de protestos nas ruas neste ano, que se tornaram violentos e mataram mais de 125 pessoas, e ficaram desanimados ao vê-lo consolidar poder nos meses recentes.
Mas a oposição espera que uma eleição presidencial marcada para 2018 possa estimular apoiadores exaustos e desapontados e quer pressão estrangeira por reformas em um sistema eleitoral que diz estar a serviço da “ditadura” de Maduro.
“Nos próximos meses, deve acontecer uma eleição presidencial e nós pedimos para a Europa e o mundo livre prestarem completa atenção”, disse Julio Borges, chefe da Assembleia Nacional, liderada pela oposição, ao receber o Prêmio Sakharov.
“O regime sequestrou a democracia e instalou fome e miséria”, acrescentou durante cerimônia no Parlamento da União Europeia, em Estrasburgo.
O prêmio, nomeado em homenagem ao físico e dissidente soviético Andrei Sakharov, foi entregue neste ano à Assembleia Nacional da Venezuela e “todos os prisioneiros políticos”, de acordo com comunicado.
A oposição da Venezuela venceu eleições para a Assembleia Nacional em 2015, mas o legislativo foi colocado de lado por veredictos do Tribunal Supremo de Justiça, pró-governo, e pela controversa eleição neste ano da Assembleia Constituinte, um super-órgão pró-Maduro.