TBILISI (Reuters) - A oposição da Rússia convocou nesta quarta-feira protestos contra o presidente Vladimir Putin depois que ele ordenou a mobilização de 300.000 reservistas para o que Alexei Navalny, inimigo do Kremlin, disse ser uma guerra criminosa fracassada.
Putin ordenou na quarta-feira a primeira mobilização da Rússia desde a Segunda Guerra Mundial e apoiou um plano para anexar partes da Ucrânia, alertando o Ocidente que ele não estava blefando quando disse que estaria pronto para usar armas nucleares para defender a Rússia.
Navalny, o líder da oposição mais proeminente da Rússia que está atualmente na prisão, disse que Putin está enviando mais russos para a morte por uma guerra fracassada.
"Está claro que a guerra criminosa está piorando, se aprofundando, e Putin está tentando envolver o maior número possível de pessoas nisso", disse Navalny em uma mensagem de vídeo da prisão gravada e publicada por seus advogados.
"Ele quer manchar centenas de milhares de pessoas com esse sangue", afirmou Navalny.
Desde a invasão de 24 de fevereiro, Putin vem reprimindo a dissidência e a mídia, com milhares presos em protestos contra a guerra e uma nova lei que prevê penas de prisão de 15 anos para quem distribuir "notícias falsas" sobre os militares.
A televisão estatal russa apresenta os críticos como traidores que estão a soldo do Ocidente.
Grupos antiguerra da Rússia convocaram protestos de rua contra a ordem de mobilização.
"Isso significa que milhares de homens russos - nossos pais, irmãos e maridos - serão jogados no moedor de carne da guerra", disse a coalizão antiguerra Vesna. "Agora a guerra chegou a todos os lares e a todas as famílias."
(Reportagem de Jake Cordell)
((Tradução Redação São Paulo))