LONDRES (Reuters) - O crítico do Kremlin Alexei Navalny, que está preso, pediu aos russos que façam protestos diários contra a invasão da Ucrânia por Moscou, descrevendo o presidente Vladimir Putin como um "czar obviamente insano".
Navalny defendeu manifestações em todo o país e no exterior para sinalizar que nem todos os russos apoiam a guerra e mostram solidariedade com as milhares de pessoas detidas em protestos contra a guerra na Rússia desde a invasão na semana passada.
"Não podemos esperar nem mais um dia. Onde quer que você esteja. Na Rússia, Belarus ou do outro lado do planeta. Vá para a praça principal de sua cidade todos os dias da semana às 19h e às 14h nos finais de semana e feriados", disse ele em um comunicado publicado no Twitter por seu porta-voz.
Navalny afirmou que a Rússia quer ser uma nação de paz, mas poucas pessoas a chamariam assim agora.
"Pelo menos não vamos nos tornar uma nação de pessoas silenciosas e assustadas. De covardes que fingem não notar a guerra agressiva contra a Ucrânia desencadeada por nosso czar obviamente insano", disse ele.
"Sou da URSS. Nasci lá. E a frase principal de lá - desde a minha infância - era 'luta pela paz'. Convido a todos a sair às ruas e lutar pela paz... Putin não é a Rússia."
Navalny, o mais proeminente dos oponentes de Putin, foi preso no ano passado ao retornar da Alemanha após tratamento para o que testes de laboratório ocidentais mostraram ser uma tentativa de envenená-lo com um agente nervoso na Sibéria. Ele disse que foi condenado por acusações forjadas.
A Rússia negou ter realizado tal ataque e descarta as alegações de que o tratamento de Navalny foi politicamente motivado.
(Reportagem da Reuters)