CARACAS (Reuters) - O líder opositor venezuelano Leopoldo López encerrou uma greve de fome de 30 dias na prisão nesta terça-feira depois que uma de suas exigências foi cumprida: a marcação de uma data para as eleições parlamentares deste ano.
O crítico linha-dura foi preso em 2014 pelo seu suposto papel nas violentas manifestações de rua contra o governo que deixaram mais de 40 mortos. Seus apoiadores o consideram um preso político, enquanto que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o desqualifica como simples criminoso.
"Começamos este protesto não para morrer, mas para que todos os venezuelanos possam viver com dignidade", escreveu López em uma carta lida por sua esposa, Lilian Tintori, durante uma entrevista coletiva. "Estamos suspendendo a greve (de fome), mas a luta continua."
O ex-prefeito de San Cristóbal Daniel Ceballos, também preso desde o ano passado por acusações de ter fomentado as manifestações de sua convulsionada cidade no oeste do país, encerrou uma greve de fome no início deste mês.
As exigências de López incluem a libertação dos presos políticos e a presença de observadores internacionais nas próximas eleições.
Na segunda-feira, a autoridade eleitoral da Venezuela informou que a votação parlamentar será realizada em 6 de dezembro, pondo fim à longa especulação a respeito da data do pleito que, segundo pesquisas de opinião, provavelmente irá custar caro ao partido governista.
(Reportagem de Paula Andino e Anina Roche)