Por Alexandra Ulmer e Isaac Urrutia
CARACAS/MARACAIBO, Venezuela (Reuters) - A oposição da Venezuela marchava nesta quinta-feira pelo país como parte de uma tentativa de pressionar as forças de segurança ao realizar protestos anti-governo em cada uma dos 335 municípios do país.
O país sul-americano rico em petróleo, mas abalado pela crise, tem sido agitado por protestos crescentes durante as duas últimas semanas, em meio a uma recessão e acusações de que Maduro assumiu poderes ditatoriais.
Em um sinal de preocupação para Maduro, moradores tradicionalmente pró-governo de favelas e áreas de baixa renda bloquearam ruas e acenderam fogueiras durante protestos dispersos nesta semana. Uma multidão também ultrapassou um cordão de segurança em um comício de Maduro na terça-feira, interrompendo-o e atirando pedras.
Autoridades confirmaram que uma quinta pessoa foi morta durante protestos na semana passada, à medida que a oposição pressiona por uma agenda que inclui pedidos de uma eleição presidencial antecipada e libertação de ativistas políticos presos.
Vendo um bom momento, líderes da oposição pediam que venezuelanos continuassem a pressão pelo país nesta quinta-feira, em uma esforço para deixar as forças de segurança dispersas, tornando mais difícil que elas interrompessem as manifestações.
Ativistas da oposição acusam a polícia e a Guarda Nacional de uso indiscriminado de gás lacrimogêneo, incluindo em clínicas, e detenção arbitrária de pessoas simplesmente por estarem próximas aos protestos.
“Esta é uma tentativa de resistência, cujo objetivo fundamental é cansá-los, e ver quem quebra primeiro”, disse o parlamentar da oposição Freddy Guevara em vídeo publicado no Twitter.
“Será o nosso desejo de lutar ou o deles de repreender? Será o nosso desejo de ter uma Venezuela melhor ou o deles de obedecer à ditadura?”, disse.