NOVA YORK (Reuters) - Um orador que falou na cerimônia em memória do 11 de Setembro na cidade de Nova York nesta quarta-feira atacou a deputada norte-americana muçulmana Ilhan Omar, que já foi alvo do presidente Donald Trump e de veículos de mídia de direita.
Os comentários do orador foram um desvio incomum em direção à política partidária e à divisão religiosa na cerimônia anual, realizada no local do sul de Manhattan onde sequestradores islâmicos da Al Qaeda lançaram aviões contra o World Trade Center em 2001, matando quase 3 mil pessoas.
Chamado para ler os nomes de algumas das vítimas, Nicholas Haros, cuja mãe, Frances Haros, morreu no ataque, insinuou falsamente que Ilhan se confunde a respeito da natureza do atentado. Ecoando Trump, ele ainda questionou o patriotismo da representante do Minnesota.
"Senhora, falando objetivamente sabemos quem e o que foi feito", disse Haros se dirigindo a Ilhan, que não estava presente. "Não existe nenhuma incerteza a respeito disso. Qual a razão de sua confusão? Naquele dia, 19 terroristas islâmicos, membros da Al Qaeda, mataram mais de 3 mil pessoas e causaram bilhões de dólares de danos. Está claro?"
Sua crítica se estendeu por quase um minuto e meio e foi recebida com aplausos.
"Entendeu agora?", continuou, dizendo que a Al Qaeda atacou os valores "judaico-cristãos" do país. "Mostre respeito homenageando-os. Por favor: o patriotismo americano e sua posição o exigem."
Trump acusou Ilhan falsamente de amar e apoiar a Al Qaeda, questionou seu patriotismo e lhe disse para "voltar" para sua Somália natal.
(Por Brendan McDermid e Jonathan Allen em Nova York)