SYDNEY (Reuters) - Milhares de manifestantes reuniram-se na Austrália, neste sábado, para condenar a ordem do presidente americano Donald Trump que barrou temporariamente refugiados e cidadãos de sete países e exigir o fim da detenção de pessoas em busca de asilo.
Os laços da Austrália com os Estados Unidos ficaram tensos na quinta-feira, quando surgiram detalhes da ligação telefônica entre Trump e o primeiro-ministro Malcolm Turnbull, na qual Trump disse que um acordo entre as duas nações para o reassentamento de refugiados era "idiota.
Por volta de 1.000 pessoas juntaram-se em Sydney para protestar contra a ordem executiva de Trump sobre imigração.
Protestos parecidos aconteceram em Camberra, Newcastle e Hobart, enquanto centenas foram a comícios anti-Trump em Melbourne, na sexta-feira.
Segundo o acordo chamado por Trump de "idiota", os Estados Unidos receberiam até 1.250 pessoas em busca de asilo que aguardam em Nauru e Manus. Em retorno, a Austrália receberia refugiados de El Salvador, Guatemala e Honduras.
Trump disse relutantemente que planejava manter o acordo, mas uma fonte disse à Reuters, na sexta-feira, que funcionários de imigração adiaram entrevistas com refugiados em Nauru.
Em Sydney, manifestantes carregaram placas que diziam "Tortura de refugiados, a vergonha da Austrália" e "Sem muros, sem acampamentos, sem proibições".
A ordem executiva de Trump, na última semana, suspendeu o programa de refugiados dos EUA por 120 dias e interrompeu visitas ao país de viajantes de sete países de maioria muçulmana, Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen, por 90 dias.
Um juiz federal dos EUA bloqueou nacionalmente a ordem executiva de Trump na sexta-feira, mas o governo Trump ainda retomar a medida por meio de um recurso.
(Por Harry Pearl e Aaron Bunch)