Por Andrew Gray
BRUXELAS (Reuters) - A Otan decidiu nesta terça-feira prorrogar o contrato do secretário-geral Jens Stoltenberg por mais um ano, optando por ficar com um líder experiente enquanto a guerra avança à porta da aliança, em vez de tentar chegar a um sucessor.
Stoltenberg, ex-primeiro-ministro da Noruega, é o líder da aliança de segurança transatlântica desde 2014 e seu mandato já havia sido prorrogado três vezes.
A decisão significa continuidade no topo da Otan, no momento em que seus 31 membros enfrentam o desafio de apoiar a Ucrânia para repelir a invasão de Moscou, evitando um conflito direto entre a Otan e as forças russas.
Stoltenberg, de 64 anos, é amplamente visto em toda a aliança como um líder estável e um paciente construtor de consenso.
Em um tuíte, Stoltenberg disse que estava honrado com a decisão de prorrogação de seu mandato até 1º de outubro de 2024.
"O vínculo transatlântico entre a Europa e a América do Norte garantiu nossa liberdade e segurança por quase 75 anos e, em um mundo mais perigoso, nossa aliança é mais importante do que nunca", disse ele.
Diplomatas e analistas dão crédito a Stoltenberg por manter a Otan unida em relação à Ucrânia, estabelecendo um equilíbrio entre aqueles que exigem apoio máximo a Kiev e outros que pedem mais cautela por medo de desencadear um conflito global.
"Os Estados membros da Otan decidiram logicamente que o melhor secretário-geral atualmente no mercado é aquele que eles já têm. A experiência é importante, especialmente em um dos momentos mais difíceis da história da Otan", disse Jamie Shea, ex-autoridade sênior da Otan agora com o think tank Chatham House.
Suas próximas tarefas incluem supervisionar a transformação das forças da Otan para reorientar a defesa contra qualquer ataque russo, depois de décadas em que a aliança se concentrou em missões além de suas fronteiras, como no Afeganistão e nos Bálcãs.