BRUXELAS (Reuters) - Os países da Otan precisarão discutir as condições para que a Ucrânia receba um convite de adesão e se junte à aliança em resposta ao "plano de vitória" do presidente Volodymyr Zelenskiy, disse o ministro da Defesa holandês, Ruben Brekelmans, nesta sexta-feira.
Zelenskiy apresentou o plano de cinco pontos publicamente pela primeira vez esta semana, incluindo um pedido de convite imediato da Otan para deixar claro ao presidente russo, Vladimir Putin, que a invasão russa terminaria com uma derrota geopolítica.
A Otan tem dito que a Ucrânia se tornará membro da aliança um dia, mas também diz que Kiev não pode aderir enquanto estiver em guerra, pois isso poderia levar a um conflito direto entre a Otan e a Rússia.
Até o momento, os líderes da aliança evitaram uma resposta direta à nova pressão de Zelenskiy por um convite.
Brekelmans, cujo país está entre os 32 membros da Otan, disse que havia "opiniões muito diferentes" na aliança sobre a questão.
Para chegar ao consenso necessário, disse ele, os aliados precisariam concordar com critérios claros que a Ucrânia precisaria cumprir para receber um convite e outros necessários para se tornar um membro mais tarde.
"Se não houver essa clareza de antemão, não vejo (que) 32 aliados concordem em conceder um convite", disse ele aos repórteres após uma reunião dos ministros de Defesa da Otan em Bruxelas.
Ao ser questionado sobre quais condições a Ucrânia precisaria cumprir, Brekelmans citou o combate à corrupção.
"Se você quiser modernizar as Forças Armadas ucranianas e contar com a participação de outros países, imagino que você também queira avaliar o progresso que os ucranianos fazem nessa dimensão", disse ele.
(Reportagem de Andrew Gray)