CARACAS (Reuters) - Os países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) darão apoio à distribuição de produtos de primeira necessidade na Venezuela, disse nesta sexta-feira o secretário-geral do bloco regional, no momento em que o país petroleiro atravessa uma persistente escassez de alimentos, medicamentos e perfumaria.
Desde o início de 2015, a falta de produtos de consumo básico se intensificou no país caribenho, obrigando os venezuelanos a formar enormes filas em busca de óleo, sabão e até papel higiênico.
O governo socialista de Nicolás Maduro culpa empresários inescrupulosos de acumular bens para gerar uma sensação de mal-estar, mas empresários e líderes da oposição argumentam que a falta de bens básicos é resultado de 15 anos de um modelo econômico que demonstrou ser ineficiente.
"Fizemos um acordo com o presidente (Maduro) que a Unasul convocará uma comissão especial para criar redes regionais de apoio à distribuição de produtos de consumo básico corretos e necessários", disse o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, após uma reunião em Caracas com Maduro.
"A ideia é que todos os países da região, por meio de seus canais de distribuição, possam apoiar os esforços de distribuição que estão fazendo na Venezuela para que todos os venezuelanos recebam esses produtos básicos sem exceção", acrescentou o ex-presidente da Colômbia.
Além disso, Samper disse que a Unasul rejeita os violentos protestos contra o governo ocorridos nas últimas semanas na Venezuela e que o governo denunciou como uma tentativa de golpe de Estado.
(Reportagem de Diego Oré e Corina Pons) 2015-03-06T200637Z_1006940001_LYNXMPEB250XF_RTROPTP_1_MUNDO-VENEZUELA-PRODUTOS-PAISES.JPG