JACARTA (Reuters) - Chegar a um consenso sobre como lidar com a junta militar que governa Mianmar ainda é algo que escapa às nações do Sudeste Asiático, enquanto ministros de Relações Exteriores reunidos nesta quinta-feira em Jacarta brigam para chegar a um acordo sobre uma declaração que incluiria uma referência aos conflitos internos do país vizinho.
Reunidos na capital da Indonésia para sua conferência anual, os ministros de Relações Exteriores da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) deveriam emitir um comunicado conjunto na quarta-feira, mas no início da tarde de quinta-feira ainda não havia sinal do documento.
A causa do atraso não foi esclarecida, mas um funcionário da Asean disse que um comunicado estava sendo finalizado e seria divulgado em breve.
A Asean, que inclui Mianmar entre seus dez membros, pressionou, sem sucesso, pela implementação de um plano de paz de cinco pontos, acordado com a junta militar logo após um golpe no início de 2021.
Nenhum representante de Mianmar esteve presente na reunião desta semana. Oficiais da junta foram impedidos de participar de reuniões de alto nível da Asean devido à incapacidade de avançar no plano, que pede o fim da violência e das negociações entre os militares e seus adversários pró-democracia.
A incapacidade de exercer mais influência sobre a junta militar alimentou dúvidas de longa data sobre a eficácia da Asean como um bloco político regional.
A Indonésia, presidente da associação, exortou na quarta-feira os ministros das Relações Exteriores do grupo a permanecerem unidos no combate à escalada de violência em Mianmar.
(Reportagem de Kate Lamb e Stanley Widianto)