Por Nidal al-Mughrabi
FRONTEIRA GAZA-ISRAEL (Reuters) - Uma faixa estreita dentro de Gaza, localizada a cerca de 300 metros da fronteira com Israel, marca uma linha para além da qual a maioria dos moradores de Gaza normalmente não se aventura, temendo ser baleada por tropas israelenses.
Mas a área se transformou desde um protesto iniciado na sexta-feira.
Acampamentos de tendas surgiram a algumas centenas de metros da cerca de 40 quilômetros, e centenas de jovens se aproximam ainda mais para atirar pedras em soldados de Israel e lançar pneus em chamas contra a barreira.
O medo persiste, já que 19 palestinos foram mortos por disparos de israelenses desde o início da manifestação.
Mas alguns palestinos dizem estar aproveitando sua primeira chance em anos de chegar tão perto. Comerciantes montaram barracas de comida, e famílias em visita são entretidas por apresentações com camelos e cavalos amestrados.
"Estas áreas foram abandonadas por serem tão próximas da fronteira. Era difícil para qualquer um visitar", disse Youssef Al-Najar, de 47 anos, vendendo sanduíches de fígado de galinha em uma barraca.
Israel usa a segurança como justificativa para suas precauções nos arredores de Gaza, que é controlada pelo grupo islâmico armado Hamas. Em 2006 o Hamas e outros grupos militantes atacaram um posto militar israelense através de túneis na fronteira do sul de Gaza, capturando o soldado Gilad Shalit e matando dois colegas de seu tanque.
Os palestinos dizem que a política de Israel os priva de terras aráveis, prejudicando seu sustento e reduzindo o espaço disponível para os dois milhões de moradores do território densamente povoado.