DAMASCO (Reuters) - Os danos causados por militantes do Estado Islâmico em Palmira podem ser menores do que se acreditou, disse o diretor de antiguidades da Síria nesta sexta-feira.
Maamoun Abdulkarim disse à Reuters que um vídeo gravado em Palmira depois de a cidade ser recapturada pelo Exército sírio mostrou uma devastação menor do que os arqueólogos temiam quando surgiram imagens no início do ano que levavam a crer que o Estado Islâmico havia destruído mais monumentos.
Graças à cobertura aérea pesada da Rússia, o Exército e milícias aliadas expulsaram o grupo jihadista do local, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) na quinta-feira, dois meses depois de tê-lo tomado durante um avanço súbito.
Os temores de um novo ataque a Palmira foram causados por fotos de janeiro que mostraram que o grupo destruiu partes do Tetrápilo, um dos monumentos mais simbólicos da cidade, e a fachada do Teatro Romano, obra do século 2 d.C.
Os extremistas já haviam devastado outros locais históricos, como um arco monumental de 1.800 anos, durante sua primeira ocupação da localidade, que terminou um ano atrás.
Mas Abdulkarim disse que fotos e vídeos preliminares da cidade não revelaram quase nenhum estrago posterior àquele que já se conhecia.
"Realmente, nossos corações estavam tomados pelo medo de uma explosão completa do teatro", confessou Abdulkarim.
"Pensávamos que a situação seria muito pior, que haveria erradicação, que eles (Estado Islâmico) teriam completados os crimes de sua primeira ocupação", acrescentou.
Ele disse que irá visitar a área em breve para fazer uma avaliação melhor, mas que "ao menos existe alguma sensação de tranquilidade depois de recebermos as fotos iniciais. A situação geral é tranquilizadora".
Parte dos danos pode ser consertada, disse. "Exceto pela destruição prévia, o estado do teatro parece bom. Mesmo aquela seção destruída pode ser reparada. Já foi restaurada, e o será novamente."