LIMA (Reuters) - O papa Francisco completou sua viagem ao Chile e ao Peru neste domingo alertando que a América Latina estava em uma profunda crise pela corrupção, com a política na maioria dos países "mais doente do que bem".
Falando em observações improvisadas aos bispos, ele mencionou o escândalo envolvendo a brasileira Odebrecht, que admitiu pagar bilhões em subornos, como um exemplo de ganância descontrolada por todo o continente em que nasceu.
Enquanto estava sentado ao lado do presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, na sexta-feira, o papa disse que todas as partes da sociedade precisavam trabalhar para combater a corrupção.
Neste domingo, ele falou mais amplamente. "A política está em crise, muito em crise na América Latina", disse ele, ao mesmo tempo que menciona paraísos fiscais e tráfico de drogas.
Em uma rara declaração para um papa, ele nomeou uma empresa específica. Francisco disse que a Odebrecht, que confessou em um acordo de leniência em 2016 pagar bilhões em troca de contratos em 10 países da América Latina, na verdade era apenas uma pequena parte do problema.
O papa falou sobre corrupção em viagens anteriores à América Latina. No Paraguai em 2015, ele disse que era uma "praga, uma gangrena da sociedade" e desde então expandiu a metáfora da doença.