CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco disse na terça-feira que o arcebispo salvadorenho Oscar Romero, assassinado por um esquadrão da morte de direita em 1980, considerado um ícone para a Igreja Católica na América Latina, morreu como um mártir e será beatificado, disse o Vaticano.
A Santa Sé afirmou que o papa aprovou um decreto que diz que Romero foi assassinado "em ódio à fé", ratificando recomendações de uma comissão de cardeais e teólogos.
A decisão significa que Romero pode ser bearificado sem que lhe seja atribuído um milagre. A beatificação é a etapa que antecede à canonização na Igreja.
Para que Romero seja canonizado, ou declarado santo, depois da beatificação, é preciso que lhe seja atribuído um milagre.
Geralmente, isso se baseia na cura inexplicável de alguém que esteve doente e rezou a uma pessoa já morta vinculada à Igreja para interceder perante Deus por uma cura.
Francisco, o primeiro papa latino-americano, avançou com o processo de beatificação de Romero pouco depois de ser eleito em março de 2013.
O processo havia sido paralisado nos pontificados de João Paulo 2º e Bento 16, uma vez que Romero era visto como alguém muito próximo à Teologia da Libertação.
O arcebispo de San Salvador foi assassinado a tiros no dia 24 de março de 1980, enquanto celebrava uma missa na capela de de um hospital. Com frequência, denunciava a repressão em seu país e a pobreza em suas homilias.
(Por Philip Pullella)