Por Philip Pullella e Francesca Piscioneri
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco disse em entrevista publicada nesta terça-feira que solicitou uma reunião em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin, para tentar interromper a guerra na Ucrânia, mas não recebeu resposta.
O papa também afirmou ao jornal italiano Corriere Della Sera que o patriarca Kirill, da Igreja Ortodoxa Russa, que deu apoio total à guerra, "não pode se tornar coroinha de Putin".
Francisco, que fez uma visita sem precedentes à embaixada russa quando a guerra começou, disse ao jornal que, cerca de três semanas após o início do conflito, pediu ao principal diplomata do Vaticano que enviasse uma mensagem a Putin.
A mensagem era "que eu estava disposto a ir a Moscou. Certamente, era necessário que o líder do Kremlin permitisse uma abertura. Ainda não recebemos uma resposta e continuamos insistindo".
Ele acrescentou: "Temo que Putin não possa e não queira ter esta reunião neste momento. Mas como você pode não parar com tanta brutalidade?"
Antes da entrevista, Francisco, de 85 anos, não havia mencionado especificamente a Rússia ou Putin publicamente desde o início do conflito em 24 de fevereiro. Mas ele tem deixado poucas dúvidas sobre qual lado critica, usando termos como agressão e invasão injustificadas e lamentando as atrocidades contra civis.
Questionado sobre uma viagem à capital ucraniana Kiev, que Francisco disse no mês passado ser uma possibilidade, o papa disse que não iria por enquanto.
"Primeiro, tenho que ir a Moscou, primeiro tenho que encontrar Putin... Faço o que posso. Se Putin ao menos abrir uma porta", afirmou ele.