Por Philip Pullella
ROMA (Reuters) - O papa Francisco condenou a “violência sem precedentes” dos militantes do Estado Islâmico, dizendo em uma celebração da Sexta-Feira Santa que os seguidores de religiões que realizam atos de fundamentalismo ou terroristas profanam o nome de Deus.
A segurança estava maior do que de costume na tradicional procissão de Via Crúcis ao redor do Coliseu de Roma, depois dos ataques em Bruxelas que mataram pelo menos 31 pessoas. O reforço policial veio de outras cidades italianas, de acordo com fontes da área de segurança.
Numa fala emotiva no final da procissão, o papa condenou “expressões de fundamentalismo (e) atos terroristas cometidos por seguidores de algumas religiões, que profanam o nome de Deus e que usam o nome santo para justificar a sua violência sem precedentes.”
Na quinta-feira o papa classificou os ataques a bomba em Bruxelas, que mataram e feriram pessoas de mais de 40 países, de um “gesto de guerra”.
Na Sexta-Feira Santa, cristãos lembram o dia em Jesus foi crucificado.
O papa Francisco também se referiu à decapitação de cristãos no Oriente Médio e aos que são forçados a deixar seus lares.
"Ó Cruz de Cristo, hoje também nós vemos você aparecendo nas nossas irmãs e irmãos mortos, queimados vivos, com gargantas cortadas e decapitados pelas lâminas bárbaras em meio ao silêncio covarde”, disse ele para milhares de pessoas que acompanhavam a celebração.
"Ó Cruz de Cristo, hoje também nós vemos você nos rostos das crianças, das mulheres e pessoas, exaustas e temorosas, que fogem da guerra e da violência e que frequentemente somente acham morte e muitos Pilatos que lavam as suas mãos”, afirmou.
O papa condenou políticos que alimentam os conflitos e “negociantes de armas que alimentam o caldeirão da guerra com o sangue inocente dos nossos irmãos e irmãs e dão a seus filhos pão molhado em sangue para comer.”
Ele declarou que a reação da Europa à crise migratória tem sido reduzida pela “nossa indiferença e anestesiada consciência" e condenou a destruição do meio ambiente.
Depois do ataque de Bruxelas, a Itália intensificou a segurança no que o governo considera “locais sensíveis”.
Militantes do Estado Islâmico têm feito ameaças contra alvos católicos em Roma.
Neste sábado, o papa comanda uma vigília e no Domingo de Páscoa realiza uma benção e enviará uma mensagem do balcão central da Basílica de São Pedro.