Por Helen Murphy e Noe Torres
BOGOTÁ/CARTAGENA, Colômbia (Reuters) - O papa Francisco encerra, neste domingo, sua viagem à Colômbia com uma visita à cidade portuária de Cartagena, um dos principais destinos turísticos e famosa por suas muralhas coloniais, mas que mascara a profunda desigualdade social com suas favelas.
As estreitas ruas de Cartagena e o entorno bem preservado da igreja atraem milhões de visitantes todos os anos, cujos frutos financeiros dificilmente tocam a vida dos pobres da cidade.
Até o momento, o papa argentino centrou sua viagem na mensagem de reconciliação e perdão para uma guerra civil de 50 anos que matou mais de 220 mil pessoas e deixou milhões desabrigados.
O líder de 1,2 bilhão de católicos romanos no mundo também pediu leis para acabar com a desigualdade social. Em Cartagena, ele se concentrará nos marginalizados, particularmente crianças em risco de exploração sexual, muitas vezes estimuladas pela demanda de turistas estrangeiros.
Francisco deve visitar o bairro pobre de São Francisco, onde abençoará um abrigo para meninas afro-colombianas vulneráveis à prostituição infantil, drogas e violência.
Depois, irá conhecer os participantes de dois programas de caridade e rezar na igreja de San Pedro Claver, conhecida pelo trabalho de ajuda aos escravos no século 17, quando eles chegaram de navio da África para serem vendidos nos mercados de Cartagena.
Cerca de 300 afro-colombianos que recebem assistência da ordem religiosa jesuíta, da qual o papa é membro, rezarão com ele na igreja que mantém as relíquias do santo conhecido como "escravos dos escravos".