Por Philip Pullella
ROMA (Reuters) - O papa Francisco visitou nesta quinta-feira uma prisão instalada em uma fortaleza que abriga ex-mafiosos e mais uma vez incluiu um muçulmano e mulheres na tradicional cerimônia de lava-pés, que pontífices anteriores limitaram a homens católicos.
Francisco rezou uma missa aos 70 detentos da prisão, uma fortaleza do século 16 situada em Paliano, 75 quilômetros ao sul de Roma.
Durante o serviço, ele se curvou para lavar e beijar o pé direito de 12 presos, celebrando o gesto de humildade de Jesus com seus 12 apóstolos na noite que antecedeu sua morte.
A prisão de segurança rígida é reservada quase inteiramente aos prisioneiros conhecidos na Itália como "colaboradores da justiça", aqueles que se tornaram testemunhas do Estado contra seus ex-camaradas e que precisam de proteção especial.
Nos anos 1980 e 1990 o local abrigou ex-membros do grupo guerrilheiro Brigadas Vermelhas, mas agora a maioria dos "colaboradores da justiça" são ex-integrantes dos três grupos notórios do crime organizado italiano – a Cosa Nostra, a Camorra e a 'Ndrangheta.
O Vaticano disse que entre os 12 havia três mulheres e um muçulmano que decidiu se converter ao catolicismo e deve ser batizado em junho. Dos 12, havia 10 italianos, um albanês e um argentino, assim como o papa.
Seus antecessores realizavam a missa de quinta-feira nos cenários majestosos do Vaticano ou da basílica de Roma. Francisco mudou a tradição depois que foi eleito para enfatizar a importância de sair em auxílio dos pobres, doentes e presos.