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Por Joshua McElwee
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Leão 14 fez um apelo urgente na quinta-feira para que os líderes globais acabem com a fome no mundo, dizendo em um discurso para uma agência das Nações Unidas que permitir que milhões de pessoas fiquem sem comida todos os dias representa "um descarrilamento ético".
Em uma visita à sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, o pontífice católico também condenou o uso da fome como arma de guerra, sem citar conflitos ou nações específicas.
Leão citou os números da ONU de que cerca de 673 milhões de pessoas não comem o suficiente todos os dias, chamando esse número de "o sinal claro de uma insensibilidade predominante, de uma economia sem alma... e de um sistema injusto e insustentável de distribuição de recursos".
"Em uma época em que a ciência aumentou a expectativa de vida... permitir que milhões de seres humanos vivam -- e morram -- atingidos pela fome é um fracasso coletivo, um descarrilamento ético, uma ofensa histórica", disse o papa.
Leão, o primeiro papa dos EUA, passou grande parte de sua carreira antes do papado como missionário no Peru e fez do cuidado com os pobres o foco inicial de seu papado.
Ele falou na quinta-feira para cerca de 125 delegações que participaram de um fórum de uma semana que coincidiu com o 80º aniversário da FAO.
O papa, falando principalmente em espanhol, disse que os conflitos de hoje "viram o ressurgimento do uso de alimentos como arma de guerra".
"O direito humanitário internacional, sem exceção, proíbe ataques a civis e a bens essenciais para a sobrevivência das populações", afirmou ele.
"Isso parece esquecido, pois, dolorosamente, testemunhamos o uso contínuo dessa estratégia cruel", disse o papa. "Não podemos continuar assim, já que a fome não é o destino da humanidade, mas sua ruína."