Islamabad, 13 jul (EFE).- As autoridades do Paquistão mobilizaram cerca de 10 mil policiais e fecharam várias estradas na cidade de Lahore, nas horas que antecedem o retorno, nesta sexta-feira, do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif ao país, onde será preso após ser condenado a 10 anos de prisão por corrupção.
"As autoridades ordenaram que a polícia que ajude o Escritório de Nacional de Responsabilidade (NAB, sigla em inglês) a prender a Nawaz Sharif e sua filha, e assim faremos", afirmou à Agência Efe, o diretor de Operações da polícia de Lahore, Shehzad Akbar, ao confirmar a ação para evitar as manifestações anunciadas para recebê-lo na sua chegada, prevista para acontecer por volta das 18h15 (horário local, 10h15 de Brasília).
Por sua vez, o NAB anunciou em comunicado emitido hoje que criou uma equipe de 16 membros para prender em Lahore "os condenados por um tribunal" sem mencionar o nome de Nawaz e de sua filha Maryam, que retorna com ele e também foi condenada.
Além disso, o governo da província de Punjab, da qual Lahore é a capital, proibiu a Liga Muçulmana do Paquistão (PML-n) de Nawaz que realize protestos e anunciou que cortará as comunicações móveis no período da tarde.
Apesar disso, o presidente da PML-n, Shahbaz Sharif, anunciou que liderará um protesto "pacífico" para receber seu irmão Nawaz.
O ex-primeiro-ministro retorna ao Paquistão uma semana depois que um tribunal anticorrupção o sentenciou a 10 anos de prisão por considerar que houve ocultação de bens, enquanto sua filha Maryam foi condenada a sete anos no mesmo caso.
O líder político foi inabilitado em julho de 2017 pelo Supremo Tribunal quando era primeiro-ministro por não divulgar um salário que recebeu de uma empresa de um filho, uma irregularidade revelada durante uma investigação iniciada por causa do Panama Papers.
De acordo com Nawaz Sharif, ele foi tirado do poder, pois seu governo acusou o ex-ditador militar Pervez Musharraf de traição em um tribunal.