CAIRO (Reuters) - O grupo paramilitar das Forças de Apoio Rápido (RSF) do Sudão saudou neste sábado um pedido do Conselho de Segurança das Nações Unidas para cessar as hostilidades durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, oferecendo uma potencial trégua após 11 meses de conflito.
O Ramadã vai começar na noite de domingo.
Em comunicado, a RSF manifestou a esperança de que a resolução do Conselho de Segurança "diminua significativamente o sofrimento do povo sudanês, garantindo o envio harmonioso de ajuda humanitária" e abra caminho para um processo político que conduza a um cessar-fogo permanente.
A guerra eclodiu no Sudão no dia 15 de abril de 2023, entre o Exército sudanês e a RSF. A ONU afirma que quase 25 milhões de pessoas, ou metade da população do Sudão, precisam de ajuda, cerca de 8 milhões tiveram que deixar suas casas e a fome está aumentando. O governo norte-americano diz que as duas partes em conflito cometeram crimes de guerra.
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança adotou uma resolução elaborada pelos britânicos para o fim pontual das hostilidades durante o Ramadã com 14 votos a favor, e a Rússia se abstendo. No entanto, o mecanismo para implementar a resolução permanece obscuro.
O embaixador do Sudão na ONU, Al-Harith Idriss Al-Harith Mohamed, disse ao conselho na quinta-feira que o presidente do conselho de transição do país elogiou o apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, por uma trégua no Ramadã. No entanto, ele disse que o líder está “se perguntando como fazer isso”.
(Por Hatem Maher e Ahmed Tolba)