SIDNEY (Reuters) - O primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, afirmou que não convocará eleições gerais após uma crise de cidadania derrubar outro membro do Parlamento neste sábado, deixando seu governo agarrado ao poder pelo apoio de dois independentes.
A constituição australiana barra dupla nacionalidade no Parlamento, e o governo de coalizão de centro-direita entrou em crise no mês passado após decisão da Suprema Corte de que cinco deles não poderiam exercer o cargo de deputado.
Mais cedo neste sábado, o parlamentar do Partido Liberal Conservador, John Alexander, disse a jornalistas que não tinha mais certeza de ser apenas australiano, e isso significava que ele deveria renunciar.
Turnbull disse no Vietnã, onde participa do summit de líderes da Ásia-Pacífico, que lidará com questões tais como uma moção de não confiança.
Seu governo deve contar com os dois independentes para votarem por salvaguardar sua posição e bloquear a passagem de legislações às quais se opõe.
Turnbull afirmou esperar que uma eleição parcial em 2 de dezembro devolva Barnaby Joyce tanto ao Parlamento quanto à sua posição anterior como vice-primeiro-ministro, fortalecendo o governo.
Ele descartou voltar mais cedo à Austrália após a renúncia de Alexander.
"É minha obrigação renunciar", disse Alexander em coletiva de imprensa. "É isso que eu vou fazer. Eu acho que há uma grande necessidade por certeza, para esclarecer a situação e fazê-lo o mais rápido possível."
Alexander aguarda posição do Britain's Home Office para esclarecer se ele possui cidadania britânica por descendência. Não se sabe se houve resposta.
Ele teria que confirmar a cidadania unicamente australiana antes de concorrer a uma eleição para retomar seu assento.
Apenas dois independentes garantem a posição de Turnbull após a decisão da Suprema Corte de expulsar três membros do governo, com uma quarta renúncia após alguns dias, após a confirmação de sua dupla nacionalidade.
(Reportagem de Alison Beveg)