LONDRES (Reuters) - A legisladora britânica Jo Cox, que foi morta a facadas e tiros na semana passada, morreu por causa de suas convicções políticas, disse seu marido nesta terça-feira.
Jo, que defendia a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia e que também fez campanha para que seu país fizesse mais para ajudar os refugiados, foi assassinada em seu distrito eleitoral no norte da Inglaterra por um homem que gritava "a Grã-Bretanha primeiro".
"Ela tinha opiniões políticas muito fortes, e acredito que foi morta por causa dessas opiniões", afirmou Brendan Cox a meios de comunicação.
O Parlamento foi reconvocado na segunda-feira, semana do referendo que decidirá se os britânicos continuam filiados ao bloco ou não, para prestar homenagem à parlamentar do Partido Trabalhista, que trabalhava para a rede de assistência humanitária Oxfam antes de assumir uma vaga na legislatura no ano passado.
Muitos colegas elogiaram Jo, que tinha 41 anos e era mãe de duas crianças, por sua capacidade de atuar em vários espectros políticos para defender as causas nas quais acreditava.
Seu marido disse que Jo estava preocupada com o fato de a política estar se tornando muito tribal, que as pessoas não estão mais trabalhando juntas como indivíduos para resolver problemas e sendo levadas a adotar posições mais extremas.
"Ela estava particularmente preocupada com a direção, não só na Grã-Bretanha mas globalmente... da política neste momento, particularmente no tocante à criação de divisões e à canalização dos piores medos das pessoas, ao invés de seus melhores instintos", contou ele.