Por Patricia Zengerle
WASHINGTON (Reuters) - Parlamentares dos Estados Unidos propuseram sanções específicas e restrições de viagens sobre autoridades militares de Mianmar nesta quinta-feira, por conta do tratamento da minoria muçulmana rohingya do país, em um dos mais fortes esforços de Washington até o momento para intervir na crise humanitária.
Apresentada um dia antes do presidente republicano Donald Trump deixar os EUA para sua primeira viagem à Ásia, a legislação propõe a volta de algumas sanções suspensas no ano passado, a medida em que Mianmar voltava à democracia. A legislação também irá proibir os EUA de fornecerem mais assistência às forças militares do país até que autores de atrocidades contra a minoria rohingya sejam responsabilizados.
A medida não tem como alvo a líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, chefe do governo liderado por civis e vencedora do prêmio Nobel, que ainda usufrui de forte apoio entre algumas autoridades norte-americanas.
Mas assessores de congressistas disseram que a legislação tem objetivo de destacar um forte desejo entre muitos membros do Congresso de que Aung San Suu Kyi faça mais para ajudar os rohingya.
A legislação é patrocinada por vários parlamentares, incluindo o presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado, John McCain, e o senador Ben Cardin, principal democrata do Comitê de Relações Internacionais do Senado.
"Este projeto de lei irá permitir que o Congresso fortaleça a mão do presidente ao deixar claro para autoridades de Mianmar que haverá consequências por seus crimes contra a humanidade", disse Cardin em comunicado.
Entre outras coisas, a legislação propõe novamente um banimento sobre jades e rubis de Mianmar e exige um relatório sobre quais indivíduos devem ser sujeitos a sanções, e instrui o Departamento do Tesouro dos EUA a não apoiar programas internacionais de assistência financeira que sejam parceiros de empresas possuídas pelas forças militares de Mianmar.