Por Radu-Sorin Marinas
BUCARESTE (Reuters) - O Parlamento da Romênia bloqueou nesta terça-feira uma investigação criminal contra o primeiro-ministro Victor Ponta, o que motivou novas críticas quanto ao compromisso do país-membro da União Europeia de combater a corrupção nos altos escalões do governo.
Ponta rejeitou apelos do presidente romeno, Klaus Iohannis, para que renunciasse, depois que na sexta-feira procuradores incluíram o nome dele em um inquérito sobre lavagem de dinheiro, evasão fiscal e conflito de interesses. Os parlamentares votaram para preservar a imunidade de Ponta, por 231 a 120.
A Romênia é considerada um dos Estados mais corruptos da UE e o seu sistema de Justiça está sob vigilância especial. Os promotores do país vêm sendo elogiados pelo executivo da UE, mas o Parlamento tem um histórico irregular de aprovar tais pedidos.
"Lamento ver que o Parlamento se transformou em um escudo para as ações penais suspeitas de Victor Ponta... Sua renúncia é a única maneira de acabar com a situação atual", disse Iohannis.
Mais cedo nesta terça-feira, Ponta declarou que seu governo, de esquerda, iria sobreviver a um voto de não confiança convocado pela oposição de centro-direita para 12 de junho e isso iria encerrar a crise política e preparar o país para as negociações com o Fundo Monetário Internacional.
Ponta nega ter cometido irregularidades. Seu gabinete disse que as acusações tinham sido anteriormente apresentadas por inimigos políticos e "meticulosamente desmontadas" por provas e documentos claros.
(Reportagem de Janet Lawrence)