Por Denis Dumo
JUBA (Reuters) - Áreas do Sudão do Sul, devastado pela guerra, foram atingidas pela fome, disse uma autoridade do governo nesta segunda-feira, afirmando que quase metade da população do país não teria acesso confiável a alimentos a preços acessíveis até julho.
O Sudão do Sul, rico em petróleo, está em guerra civil desde 2013, quando o presidente Salva Kii demitiu seu vice. Desde então, as guerras tem segregado ainda mais o país em linhas étnicas, levando a Organização das Nações Unidas a alertar sobre um possível genocídio.
O confronto tem impedido muitos fazendeiros de realizarem suas colheitas, enquanto a hiperinflação que alcançou mais de 800 por cento no ano passado colocou o preço de comidas importadas além do alcance de muitos.
Partes do país também foram atingidas por secas.
"Alguns condados estão classificados como escassez absoluta de alimentos ou em risco que isso aconteça", disse Isaiah Chol Aruai, presidente do Escritório Nacional de Estatística do Sudão do Sul, durante entrevista coletiva em Juba.
Aruai disse que o impacto da guerra, combinado com o alto preço de alimentos, problemas econômicos e baixa produção agrícola devem deixar 4,9 milhões de pessoas em "insegurança alimentar" entre fevereiro e abril, com o numero crescendo para 5,5 milhões até julho.
"A fome se tornou uma realidade trágica em partes do Sudão do Sul e nossos piores medos se realizaram", disse na mesma entrevista coletiva o representante da Organização de Alimentos e Agricultura do Sudão do Sul, Serge Tissot.