ROMA (Reuters) - O partido Irmãos da Itália, que deve vencer as eleições nacionais no fim de semana, suspendeu um de seus candidatos nesta terça-feira depois que ele elogiou o ditador nazista Adolf Hitler em postagens online.
O Irmãos da Itália tem suas raízes em um grupo neofascista criado após a Segunda Guerra Mundial, mas sua líder Giorgia Meloni, que deve ser a próxima primeira-ministra da Itália, procurou se distanciar da extrema direita e diz que seu partido segue o conservadorismo padrão.
Críticos, no entanto, dizem que simpatizantes fascistas ainda florescem em suas fileiras e o jornal La Repubblica publicou esta semana um comentário em rede social postado há oito anos pelo candidato do partido Calogero Pisano, saudando Hitler como um "grande estadista".
Pisano, que estava concorrendo à eleição na ilha da Sicília, também em uma publicação de 2016 elogiou alguém por definir Meloni como uma "fascista moderna", escrevendo que os Irmãos da Itália "nunca esconderam seus verdadeiros ideais".
O surgimento das publicações atraiu a ira dos judeus da Itália. "A ideia de que aqueles que elogiam Hitler possam se sentar no próximo Parlamento é inaceitável", escreveu Ruth Dureghello, chefe da comunidade judaica em Roma, no Twitter.
Respondendo à controvérsia, o Irmãos da Itália disse que estava suspendendo Pisano com efeito imediato. "A partir deste momento, Pisano não representa mais (o partido) em nenhum nível", afirmou em comunicado.
O próprio Pisano pediu desculpas. "Anos atrás, escrevi coisas profundamente erradas", disse ele no Facebook (NASDAQ:META), acrescentando que havia removido as postagens há algum tempo.
O Irmãos da Itália deve emergir como o maior partido do país na votação de 25 de setembro e levar uma aliança de partidos de direita a uma vitória eleitoral fácil.
(Reportagem de Crispian Balmer)