LONDRES (Reuters) - O Partido Trabalhista de oposição na Grã-Bretanha deve se unir por trás de seu novo líder Jeremy Corbyn, disse seu vice neste domingo ao revelar suas próprias diferenças com seu novo chefe em questões como defesa e política externa.
O veterano de esquerda Corbyn recebeu o apoio de 59,5 por cento dos membros, mas com muito menos apoio entre os legisladores trabalhistas, com diversos deles dizendo que o partido não poderá vencer a próxima eleição em 2020 se der uma guinada à esquerda.
"Eu entendo a preocupação dos meus colegas no Parlamento, essa é uma grande mudança para o partido, e não há motivos para negar que também é um realinhamento político muito grande, mas Jeremy Corbyn tem um grande mandato dado por nossos membros", disse à BBC Tom Watson, que foi eleito vice-líder no sábado.
"Eu digo aos meus colegas observem esse espaço, respeitem o mandato que ele foi dado pelos nossos membros, tentem e unifiquem."
Watson disse que havia "zero chance" de um golpe contra Corbyn, mas reconheceu que existem diferenças a serem superadas na política, as quais ele disse podem ser colocadas em votação para os membros do Partido Trabalhista.
Em desacordo com a posição existente do Partido, Corbyn, que faz campanha contra a guerra, se opõe à renovação do programa submarino nuclear Trident da Grã-Bretanha e tem advocado pela saída da aliança militar Otan.
"Eu preciso ser honesto sobre onde me posiciono sobre as coisas, eu acho que a Otan tem mantido a paz na Europa por meio século", disse Watson, acrescentando que ele não acredita que a maioria dos membros tenha apoiado Corbyn somente por suas visões sobre a Otan.
"Eu quero convencê-lo dos méritos da Otan... Essas coisas precisam ser trabalhadas."