Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - A facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) tentou sem sucesso assassinar o promotor paraguaio Marcelo Pecci no Paraguai, disse o diretor da polícia da Colômbia, general Jorge Luis Vargas, nesta terça-feira, ao afirmar que o narcotráfico relacionado ao terrorismo pode estar por trás do homicídio dele em uma ilha colombiana.
Pecci, de 45 anos, foi assassinado em maio por um homem armado em um praia na ilha de Barú, no litoral da cidade colombiana de Cartagena, onde passava férias com a esposa, a jornalista Claudia Aguilera, após se casarem.
Cinco pessoas acusadas de envolvimento no assassinato do promotor foram capturadas na semana passada em Medellín, na Colômbia, durante a investigação para esclarecer o assassinato.
Quatro dos capturados aceitaram as acusações, um deles as rejeitou, e uma sexta pessoa acusada de participar do crime está foragida e parece ter fugido à Venezuela, disse o general Vargas, diretor da Polícia Nacional da Colômbia.
“Houve uma negociação para um atentado contra o promotor Marcelo Pecci com o PCC, Primeiro Comando da Capital do Brasil, para que esse assassinato fosse cometido no Paraguai”, afirmou o general em uma entrevista coletiva em Cartagena.
“Por uma questão de coordenação criminal entre eles, segundo me informaram meus colegas do Paraguai, o homicídio não pôde ser executado no Paraguai e o acordo, fechado por vários dos delinquentes, como está claro às autoridades paraguaias, é que fosse realizado em qualquer lugar do mundo”, acrescentou Vargas.
Pecci havia trabalhado em casos famosos contra lavagem de dinheiro e narcotráfico no Paraguai. Ele também conduziu a investigação do assassinato da filha de um governador no ano passado e o caso contra o ex-jogador de futebol brasileiro Ronaldinho Gaúcho, detido ao tentar entrar no Paraguai com um passaporte adulterado em 2020.
Vargas disse que, de acordo com as investigações, o crime contra o promotor paraguaio pode estar relacionado “com assuntos de narcotráfico em nível mundial”, sem descartar ligações dos traficantes de drogas “com terrorismo radical”.
Nas investigações das autoridades colombianas com o apoio de Estados Unidos e Paraguai, grupos como a quadrilha venezuelana Trent de Aragua e o grupo libanês Hezbollah foram citados como hipóteses, além do PCC.
O procurador-geral da Colômbia, Francisco Barbosa, disse na mesma entrevista coletiva que os organizadores do crime pagaram cerca de 500.000 dólares pelo homicídio do promotor paraguaio e que os capturados confessaram que seguiram os movimentos de Pecci pelas redes sociais para encontrá-lo e assassiná-lo.