Por Elaine Lies
TÓQUIO (Reuters) - O governador de Tóquio, Yoichi Masuzoe, que está sob críticas ferrenhas por ter usado dinheiro dos contribuintes japoneses para pagar férias familiares e obras de arte, enfrenta pedidos crescentes de renúncia em função de um escândalo que pode afetar as eleições nacionais e constranger a sede da Olimpíada de 2020.
O antecessor de Masuzoe teve que renunciar devido a um escândalo de financiamento pouco depois de Tóquio conquistar o direito de sediar os Jogos, e agora parlamentares da assembleia da capital japonesa estão pedindo o cargo de Masuzoe em reação à sua incapacidade de justificar o uso de verbas públicas, inclusive para comprar revistas em quadrinhos para seus filhos.
Masuzoe, de 67 anos, que venceu a eleição de 2014 com apoio da coalizão governista do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, sofrerá uma pressão ainda maior para renunciar por conta de uma moção de desconfiança que provavelmente será apresentada por políticos da oposição nesta terça-feira.
Mas o momento da medida é delicado, já que mistura o temor de que Masuzoe prejudique a coalizão de governo na eleição da câmara alta do Parlamento em 10 de julho com a vergonha de ter um governador interino recebendo a bandeira olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro de 2016.
O próprio Masuzoe implorou por mais tempo, prometendo devolver o salário e pedindo que a moção seja adiada até o final dos Jogos do Rio, em 22 de agosto, já que perder a votação poderia desencadear uma nova eleição para governador durante a Rio 2016.