BEIRUTE (Reuters) - Uma criança-soldado recrutada pelo Estado Islâmico aparentemente decapitou um oficial do Exército sírio, primeira ocorrência do tipo já documentada, disse nesta sexta-feira o fundador de um grupo de monitoramento do conflito na Síria.
A criança está entre os centenas dos chamados "filhotes do Califado" - jovens cujas idades variam de cerca de 10 anos até a adolescência que recebem treinamento militar e são doutrinados no pensamento extremista, após serem recrutados perto de escolas, mesquitas e em áreas públicas onde o Estado Islâmico opera.
Imagens divulgadas pelo grupo militante na província de Homs, centro da Síria, mostraram uma criança, aparentemente com cerca de 10 anos, em uniforme camuflado, segurando uma cabeça humana e uma faca manchada de sangue.
O oficial sírio foi capturado pelo grupo militante após a tomada de controle da cidade de Palmyra, em maio, a leste de Homs, de acordo com Rami Abdul Rahman, chefe do Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha. Ele disse ter recebido uma cópia do vídeo.
"Este é o primeiro caso do tipo de uma decapitação feita por uma criança", disse Rahman. O Estado Islâmico tem decapitado ou fuzilado civis e combatentes sírios, trabalhadores humanitários estrangeiros e jornalistas.
Vídeos divulgados pelo grupo no passado mostraram crianças observando ou participando de algumas das matanças.
(Por Suleiman Al-Khalidi; reportagem adicional de Naline Malla)