Por Natalia A. Ramos Miranda e Fabian Cambero
SANTIAGO (Reuters) - A corrida da eleição presidencial do Chile está se acirrando antes do segundo turno polarizado de domingo, já que o ultraconservador José Antonio Kast diminui a distância do ex-líder estudantil de esquerda Gabriel Boric enquanto os dois disputam os votos essenciais dos eleitores moderados.
Uma pesquisa particular da consultoria Cadem, vista pela Reuters, mostrou Kast com 36% das intenções de voto, só três pontos atrás de Boric – metade da diferença que se viu no final do mês passado, pouco depois do primeiro turno de 21 de novembro.
Isto se traduziria em uma vitória de 52% a 48% para Boric após a eliminação dos votos inválidos, sendo que a mesma sondagem mostrava uma vitória de 54% a 46% no dia 26 de novembro. A pesquisa com mil pessoas feita entre 9 e 10 de dezembro teve uma margem de erro de 3,1 pontos percentuais, disse a Cadem.
A diferença menor prepara o cenário de um segundo turno disputado, a primeira votação presidencial desde que o Chile foi abalado por protestos generalizados contra a desigualdade que renderam meses de marchas e episódios de violência nas ruas dois anos atrás.
"É uma eleição muito incerta em um ano muito anormal, são dois anos muito anormais dos tumultos sociais em diante, nada é previsível", opinou Kenneth Bunker, diretor da consultoria Tresquintos.
A votação divide os chilenos entre uma esquerda progressista revitalizada, que cresce muito desde os protestos de 2019, e um contramovimento de extrema-direita que avaliza a mensagem dura de lei e ordem de Kast.