SANTIAGO (Reuters) - A porcentagem de chilenos que acreditam que o país está se estagnando chegou a seu maior índice em 14 anos, revelou uma pesquisa nesta terça-feira, já que os casos de corrupção que abalaram a elite política e empresarial revoltaram o eleitorado.
Cerca de 29 por cento dos chilenos entrevistados durante um levantamento de março do instituto CERC-Mori afirmaram que a nação está progredindo, e 54 por cento acreditam que está se estagnando – a percepção mais negativa desde abril de 2001.
A porcentagem que pensa que o Chile está indo na direção errada subiu de 47 para 56 por cento em pouco mais de um ano, mostrou a pesquisa.
Aqueles que acham que a corrupção é um tema grave saltaram de 4 para 26 por cento ao longo dos dois últimos meses.
O levantamento será um balde de água fria para a presidente chilena, Michelle Bachelet, cuja popularidade desabou à medida que os escândalos de corrupção e os desastres naturais escantearam sua agenda de reformas ambiciosas.
Seu filho se demitiu da presidência da entidade de caridade de Bachelet depois de ser acusado de usar seus contatos para obter um empréstimo bancário de 10 milhões de dólares para a empresa de sua esposa.
Ao mesmo tempo, a oposição de direita e líderes empresariais de destaque estão sendo investigados em um caso de financiamento de campanha.
Perto de 58 por cento dos entrevistados disse que ou não sabe em quem iria votar ou não votaria em nenhum partido se a eleição acontecesse nesta semana, o maior índice de rejeição desde que a pesquisa foi iniciada, em 1989.
O CERC-Mori fez 1.200 entrevistas entre 13 e 30 de março, e a margem de erro é de 3 pontos percentuais.
(Por Rosalba O'Brien)