Por John Whitesides e Mike Stone
WASHINGTON (Reuters) - O principal candidato à nomeação do Partido Democrata para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira a proposta de um programa de saúde pública de 750 bilhões de dólares que, segundo ele, fortalecerá o Ato de Saúde Acessível, iniciativa do governo Obama, e contrasta com rivais que apoiam um sistema de "saúde para todos".
Biden retratou seus rivais, liderados pelo senador Bernie Sanders, de Vermont, que apoiam um plano de pagamentos únicos que eliminam os planos de saúde privados, como uma ameaça à lei de saúde pública sancionada pelo ex-presidente Barack Obama, conhecida como Obamacare.
"Eu entendo o apelo de um 'saúde para todos'. Mas os que apoiam esse plano deveriam deixar claro que ele significa acabar com o Obamacare, e eu não apoio isso", disse Biden, que foi o vice-presidente de Obama por oito anos, em um vídeo.
Sanders é o principal fiador no Senado de um projeto de lei que levaria os norte-americanos para um sistema único baseado no Medicare, governamental e que eliminaria amplamente os planos de saúde particulares. O Medicare é o plano de saúde do governo para os idosos.
Quatro outros candidatos à Casa Branca no Senado dos Estados Unidos --Kirsten Gillibrand, Cory Booker, Kamala Harris e Elizabeth Warren-- também apoiam a proposta, que se tornou um dos principais pontos na disputa democrata para a escolha do candidato para enfrentar o presidente republicano Donald Trump nas eleições de 2020.
O Obamacare, um antigo alvo de Trump e de outros republicanos que seguidamente tentam extinguí-lo, é um programa popular entre eleitores democratas.
O plano de Biden, que deve custar 750 bilhões de dólares por 10 anos e que seria pago em parte com a aplicação de impostos mais altos sobre os mais ricos, incluiria uma opção pública que permitiria que pessoas se inscrevessem em um plano de saúde governamental pago que existiria ao lado de seguros-saúde particulares.
Biden disse que estava "surpreso" que muitos democratas propusessem uma mudança para um plano do tipo "Medicare para todos", principalmente pois seria muito difícil aprová-lo no Congresso e depois fazer sua implementação.
Sanders, que está em segundo em muitas pesquisas de opinião atrás de Biden, respondeu em nota que havia lutado para aprovar e melhorar o Obamacare e para proteger o Ato de Saúde Acessível das iniciativas republicanas que visavam revogá-lo.
"Mas eu não serei impedido de avançar para garantir o acesso à saúde para todas as pessoas", disse Sanders. "No final, você está do lado do povo, ou do lado das empresas de convênios médicos. Eu sei de que lado estou."