ATLANTA (Reuters) - Vinte e três pessoas enfrentam acusações de terrorismo doméstico na cidade norte-americana de Atlanta, depois de terem sido presas durante confrontos violentos entre policiais e manifestantes em um canteiro de obras do centro de treinamento da polícia, disseram autoridades nesta segunda-feira.
As 23 pessoas faziam parte de um grupo detido no domingo pela polícia, que disse que eles lançaram tijolos, pedras, coquetéis molotov e fogos de artifício contra os policiais, depois de invadirem o canteiro de obras onde um novo Centro de Treinamento de Segurança Pública de Atlanta está sendo construído.
Apenas duas das pessoas listadas no site do Departamento de Polícia de Atlanta são do Estado da Geórgia. O restante era de outros estados, incluindo três de Massachusetts e dois de Wisconsin. Uma pessoa é do Canadá, enquanto outra é da França, segundo a polícia.
Não está claro se alguma das pessoas foi formalmente acusada pelo promotor distrital do condado de DeKalb, cujo gabinete não estava imediatamente disponível para comentários.
Imagens de câmeras de vigilância fornecidas pelo Departamento de Polícia da cidade de Atlanta mostram o que parecem ser policiais tentando trancar um portão enquanto fogos de artifício explodem ao seu redor. Outros vídeos mostram manifestantes jogando pedras por cima de uma cerca, vários pequenos incêndios queimando no local e equipamentos pesados de construção em chamas.
"Não descansaremos até que aqueles que usam violência e intimidação para fins extremistas sejam levados à justiça", disse o governador da Geórgia, Brian Kemp, em comunicado na segunda-feira.
O local, chamado ironicamente de "Cidade da Polícia" pelos críticos ao projeto, tem sido palco de confrontos crescentes, já que os manifestantes se opõem tanto à crescente militarização da polícia quanto ao desenvolvimento de empreendimentos na floresta que seus defensores chamam de "pulmões de Atlanta".
(Reportagem de Rich McKay em Atlanta; Reportagem adicional de Brendan O'Brien em Chicago)